SIMBOLISMO DO BÚZIO
O búzio, simboliza a origem da manifestação, o que é confirmado pelo seu nascimento nas águas e seu desenvolvimento. Simboliza as grandes viagens, as grandes evoluções, interiores e exteriores.
É associado as divindades, deuses do interior
da terra. O Búzio, no geral, simboliza o mundo subterrâneo e suas
divindades.
O chaorô (guizo), tem simbologia
aproximada a do sino, sobretudo pela percepção do som.
Simboliza o ouvido e aquilo que o ouvido percebe, o som, que é a vibração
primordial. A repercussão do chaorô é o som sutil da revelação do Poder divino
e da existência. Tem um poder de exorcismo e de
purificação, afasta as influências malignas ou adverte que esta se aproximando.
O lakidibá, fio de conta de Sakpatá, é
feito do chifre do búfalo. Tem o sentido
de elevação, símbolo de poder, um emblema divino. Ele evoca a força vital, da criação, da vida, da
fecundidade.
O chifre é poder e força.
O lakidibá não sugere apenas a potência, é
a própria imagem do poder que Sakpatá tem sobre a
vida e a morte, tem a força, das quatro direções do espaço.
O lakidibá é encontrado em duas cores:
preto e branco. Ele traz a
bondade, a calma, a força, a capacidade de
trabalho e de sacrifício pacífica do
chifre do búfalo, que é sua origem.
Rústico, pesado e selvagem, o búfalo é também considerado divindade da morte, um
significado de ordem espiritual, um animal sagrado.
Na África, o búfalo (assim como o boi), é
considerado um animal sagrado, oferecido em sacrifício, ligado a todos os
ritos de lavoura e fecundação da terra.
O lakidibá é entregue ao adepto somente na
obrigação de sete anos.
Presença certa em tudo ligado a Sakpatá, o
duburu (pipoca) representaria as doenças de pele. Jogar o duburu assumi o valor de uma oferenda e resistência. O ato de jogar ajuda contra a morte,
contra os elementos hostis, contra si mesmo.
Os narrunos para esses Voduns devem ser feitos com o sol forte e cada um deles pedeem o que querem comer.
Eles não gostam de barulho de fogos de artifícios.
Uma vez por ano, os Kwes fazem um banquete
para as Divindades do Panteão de
Sakpatá, onde devemos comer, dançar e
cantar junto com os Voduns.
Os demais Voduns do panteão da terra,
sempre são convidados a compartilhar
desse banquete.
Os jejes acreditam que, com essa cerimônia
oferecida a essasdivindades, todas as doenças são
despachadas do caminho do Kwe e de seus filhos.
Esse banquete é colocado dentro do peji ou
do quarto onde mora Sakpatá e os demais Voduns de seu panteão. Toda a
comunidade vêm saudar o Deus da varíola, comer e dançar junto com eles e, ali
mesmo, é servido o banquete para todos os presentes.
Após essa cerimônia, Sakpatá e os demais
Voduns, vestem suas roupas de festa e vão para o
barracão, comemorarem seu grande dia, junto com a comunidade. Quando entram na
Sala, todos gritam louvores à eles, dançam e cantam, louvando o Deus da varíola, que
traz a cura de todas as doenças.
Suas danças e cânticos lembram as doenças e a cura das mesmas.
Os Sakpatás trabalham muito e têm papel importante nas feituras de
Voduns. Do início ao fim de uma ahama
(barco de yaô), eles atuam com rigidez e vigor, mantendo
o bom andamento dos bons costumes morais. Eles são as testemunhas de uma feitura. Após a feitura, se um filho negar
alguma coisa que tenha sido feita, eles são os primeiros a
cobrarem desse vodunci a mentira que ele está dizendo,
assim como também cobram a quebra de segredos.
Todas as folhas para ferimentos, pertencem a esses Voduns.
Também existem Orixás e Inkices também
ligados a cura e doenças, mas não são os mesmos deuses que os Voduns da
família Dambirá, da nação Jeje.
AVEJI DA = Ligadas
as tempestades, raios, furacões, redemoinhos, ciclones, tufões, maremotos, erupções vulcânicas, aos ancestrais e a guerra, todas as Voduns
guerreiras são conhecidas como Aveji da. Até mesmo Oya
dos yorubanos, é assim denominada em terras
daometano.
As filhas de Oya se intitulam filhas de Vodum Jô, mas Oya é um
Orixá yorubano e Vodum Jò é um ToVodum do panteão de Aveji-da.
Aveji-da = é o Deus/Deusa das tempestades e dos ventos.
Encontrar as Aveji-da tanto na família
Dambirà quanto na família
Heviosso. As Aveji-da, da família Dambirà estão
ligadas diretamente ao cultos dos akututos, sendo que
cada uma tem sua função. Algumas reinam na fronteira do djenukom com o aikungúmã, outras nos ekúchomê, outras no hou, ôtan e
tódôum., outras em humahuan, outras junto com Naê Nana,
outras junto aos kpame e "possuídos.
Os Voduns estão sempre em prol daqueles
que pedem e precisam do auxílio deles, sejam encarnados ou desencarnados.
Todas essas Voduns, são temidas e
respeitadas por akututòs. Elas têm todos os poderes sobre o reino dos mortos e junto
com Sakpata e Nae Nana, controlam a vida e a morte.
As Aveji-da da família Heviosso, estão
ligadas aos fenômenos da natureza, como o furacão,
ciclone, maremotos, erupções vulcânicas, etc. onde os eguns aparecém desencarnados nesses fenômeno são
encaminhados imediatamente por elas.
A Velha Vodum Guerreira mora junto com as
demais Yamis e todas as Aveji-da prestam culto a
mesma e tomam seus conselhos e usam sua magia quando precisam. Ela é um velha Aveji-da que se
esconde nas sombras e adora a noite. Os pássaros são
seu encanto.
A fúria dessa Vodum destrói os inimigos e fecha um kwe. Dificilmente um kwe fechado
por ela consegue se reerguer. Somente através de
Baba Egum se consegue chegar a ela para aplacar
sua fúria.
As Aveji-da são mulheres muito vaidosas,
gostam do belo, adoram a natureza. São todas muito vaidosas
e autoritárias, não gostam de receber ordem de ninguém principalmente dos homens, mas quando fazem suas vontades e
caprichos tornam-se dócies e carinhosas. São muito maternais, defende
seus filhos, com toda a garra de
guerreiras.
As Aveji-da comem cabra ou cabrito, galinha, galo, d'angola, pombo e outros bichos. Gostam de
abara, acarajé, alapadá, quiabada, inhame, peixe, acarajés
recheado com quiabo. Seus apetrechos são o erugim, adaga, espada de lança curta com a ponta em forma de meia lua, faca, chicote,
chifre de búfalo e de boi, fogareiro de ferro, abano de palha ou
pena (leque), abanos confeccionados em
madeira, bonecas(fetiche), maruo.
Usam todas as cores
em suas vestimentas. Seus colares ou fios de conta são de variadas cores e
formato. Gostam de todos os metais, sendo que o ferro, o cobre e a prata são seus preferidos. A confecção de apetrechos,vestimentas são
determinados pelas próprias Voduns, portanto não existe uma "receita" própria.
As Oyas feitas dentro do culto de Voduns
aderem todas as características das nativas e recebem
também todos os apetrechos dentro de suas origens.
LINGUAGEM:
djenukom - céu (orum)
aikungúmã - terra (aiye)
ekúchomê - cemitério
tódôum -rio
hou - mar
ôtan - lago, lagoa
ahuan - guerra, batalha
humahuan - campo de batalha (guerra)
kpame - doentes, enfermos
akututòs - ancestrais, egungum ekùs –
eguns
Tobossis/Naês/Mami Wata
Tobossis, Naês ou Mami Wata, são todas as
Voduns femininas das ezins jeçuçu, jevivi e
salobres. e salobres.
Em todas as famílias de Voduns encontramos
Naês, mas a maioria delas, são
da família Dambirá, panteão
da terra.
No Brasil, chaman-na de Oxum, nas casas
Jeje, de Tobossi.
Tobossis são Voduns femininos e infantis e
são muito parecidas com as
Naês, foi daí que o brasileiro passou a chamar Oxum
de Tobossi.
Como a maioria dos seguidores do Candomblé
sabem que, Oxum é um Orixá da nação Ijexá, muito
cultuada por todas as nações, inclusive o Jeje mas, existem Oxum e Naês. Quando na nação Jeje, uma
pessoa é feita de Oxum, dizem que ela é feita de Orixá, mas
quando a pessoa é feita de Naê, dizem que ela é feita de Vodum.
As Naês vivem em plena harmonia com toda e
qualquer entidade que mora nas
ezins. Nesse habitat não
existe separação de nações.
As Naês ou Mami Watas, são mulheres
vaidosas, exigentes, caridosas,
guerreiras, outras caçadoras. Gostam do
brilho das pedras e do ouro, adoram se enfeitar com
colares, pequenas conchas e caramujos, pulseiras, pequenas penas coloridas. Seus adornos são feitos por elas mesmas, caso alguém queira fazer para elas, essas exigem que seja feito exatamente
como elas fariam.
Algumas Naês gostam de ficar a beira dos
tódôum, sentindo e recebendo a energia do guhê, das
atinçá, do djóom, da sum, etc.. Essas são muito falantes, gostam de dançar, cantar, caçar junto com Otolu, pescar junto com Ajaunsi,
macerar folhas junto com Agué, comer amalá com Sobo,
Aveheketi e Ahevessul, etc.
Gostam de caminhar
pelas matas, praias e lagoas, ondem residem outras Naês.
Essas preferem as profundezas das ezins
onde a paz reina com toda a
plenitude da natureza, não gostam de se expor aos olhos de curiosos e
são de falar muito pouco.
As Naês que moram nas ezim salobres, são
as mais guerreiras, cultuam os ancestrais, lidam com eguns e a magia é
seu forte.
As Naês usam roupas de várias cores sendo
que, mas algumas adoram o dourado e
confecciona-se roupas com tecido amarelo com tons dourado, mas nunca esquecer dos detalhes que completam a simbologia da roupa a ser usada.
Seus assentamentos podem ser feitos em
louças, em bustos de madeira, argila ou cô, dependendo
da Vodum que se está assentando.
Comem: bò, catraio, marreca, kôkôlo, uhui,
caças, eché.
Dependendo da Naê, ela traz nas mãos:
ezuzu (abebê), pena, ofá, lira, eché (de preferência vivo), cobra, espada ou adaga.
SIMBOLOGIA E LINGUAGEM:
kôkôlo - galinha
bò - cabra ou cabrito
có - barro
eché - pássaro
uhui - peixe
ezim - água
atinçá - árvores, folhas
sum - lua
djóom - vento
tódoum - rio
catraio - galinha da angola
guhê - sol
jevivi - salgada
jeçuçu - doce
A ORIGEM DE FA
Gbadu nasceu após os gêmeos Agbe e Naete.
Possui dezesseis olhos e é um deus andrógino.
Mawu designou-o a viver no alto de uma
árvore de palma, no Orum, a fim de
observar os reinos do mar, da terra e do
céu. Mais tarde, Mawu lhe diria os deveres deles.
Gbadu está sempre na árvore.
Legba foi encarregado por Mawu, para escalar
a árvore de palma, a cada manhã, para abrir os
olhos de Gbadu.
Quando Legba escala a árvore de palma,
pergunta primeiro a Gbadu que olhos deseja ter aberto, se os detrás, da
frente, da direita ou da esquerda. Ao ouvir a pergunta, Gabdu presta atenção ao reino do
mar, da terra e do céu.
Em resposta a Legba, põe semente da palma
em sua mão. Se colocar uma semente, significa que
deseja abrir um de seus olhos e se forem duas sementes, Gabdu deseja que dois de seus olhos sejam abertos.
Quando Legba abre seus olhos, ele mesmo
olha bem de perto o que está acontecendo no mar e na terra e prometeu a
Gbadu, que é chamado de Fa, que relataria tudo à ele, inclusive
o que acontece no domínio de Mawu, o Orum.
Depois de um tempo, Gbadu começou a gerar
crianças. A primeira criança era Minona, uma filha. A segunda criança
também era uma filha. Todas as outras crianças eram filhos e foram chamados de:
Aovi, Abi, Duwo, Kiti, Agbankwe e Zose.
Um dia, Gabadu confidenciou a Legba que
estava incomodado porque Mawu ainda não tinha lhe
designado seu trabalho.
O único que conhecia a língua de Mawu era
Legba e este prometeu a Gbadu que o ensinaria.
Algum tempo após isto, Legba disse a Mawu
que havia uma grande guerra na
terra, no mar e no céu e que, se Gbadu
ficasse apenas olhando do alto, esses três reinos seriam
logo destruídos.
Isto estava acontecendo porque os donos
daqueles reinos não compreendiam a língua de Mawu.
Mawu perguntou: "O que deve ser
feito?". Legba disse que o melhor seria enviar Gbadu à terra. Mas Mawu respondeu: "Não, deixe Gbadu
permanecer aqui, mas darei a compreensão de minha língua à
alguns homens na terra, ai os
homens saberão o futuro e
como comportarem-se".
Mawu mandou Legba encontrar três filhos de
Gabdu.
Antes que essas crianças de Gabdu fossem
para a terra, Mawu entregou as chaves do futuro para
Gabdu. Disse-lhe que aquela era uma casa com dezesseis portas e que cada uma correspondia aos olhos de Gabdu.
A árvore de palma em que Gbadu descansou foi
chamada de Fa. Assim, quando
Gbadu recebeu as chaves, Mawu
disse que Legba era o "inspetor" do mundo e que desejava que Gbadu fosse o intermediário entre os três reinos.
Quando os homens desejarem saber o futuro
a fim de guiarem suas ações, deveriam pegar as sementes e jogá-las e
isto abriria os olhos de Gbadu que corresponde ao número de
sementes e a ordem em que caíram. Porque
as sementes abririam o olho que
correspondesse a uma porta na casa do futuro, o destino
para quem fossem jogadas poderia ser visto.
O que cada casa do futuro continha foi
ensinado às três crianças que foram
enviadas à terra.
As crianças escolhidas para ligarem a
terra Gbadu e Legba, Mawu, foram Duwo, Kiti e Zose.
Trouxeram sementes da palma com elas,
mostrando aos homens como usá-las.
Ensinaram e disseram a cada homem o que
era seu sekpoli (destino).
O sekpoli é a alma que Mawu deu a tudo,
mas antes de chamar esta alma, deve-se jogar as
sementes. É preciso saber o número de olhos de Gbadu que estão abertos antes de chamar esta alma, de modo que se um homem souber
o número de linhas que o Fa seguiu para ele, sabia seu
sekpoli.
Quando os três tinham terminado de ensinar
aos homens, voltaram ao céu.
Mawu enviou todas as crianças de Gbadu à
terra. Foram conduzidos por Legba, que os instalou.
Quando voltaram, Zose recebeu o título de
Faluwono, conhecido como
Bakonon, quer dizer "possuidor dos segredos de
Fa", que Gbadu tinha lhe
dado.
Minona tornou-se uma deusa e reside na
casa das mulheres, onde ela tece algodão em seu eixo.
Duwo recebeu o nome de Bokodaho. Reside
nas casas de Pa (crianças de Agbadu), enquanto Kiti e
Duwo foram ajudar Zose, que é Faluwono, fazer seu trabalho.
Zose joga as sementes da palma. Seu irmão,
Aovi, o azarado, foi encarregado de fazer com que as pessoas respeitassem o culto.
Se o Fa disser algo e você não fizer,
chama-se Aovi para puni-lo. Então você
deve respeitar o Fa.
Pa fez uma figura pequena de argila de
Legba e colocou-a de um lado de sua casa , Aghannukwe. Abi
foi chamado para dar a Minona a mesma função que Aovi tem para o Fa.
Abi é cinzas, combustão. É isso que faz
com que as mulheres respeitem Minona. Quando uma
mulher cozinha e Minona está irritada com ela, o fogo queima-a ou sua casa pega fogo.
E é quando na cerâmica é ateado fogo está se
chamando Abi, porque as cinzas, a combustão, são
abundantes.
Aovi é muito severo, o culto passou a ser
respeitado e assim culto do Fa espalhou-se em toda parte.
Nohê Aikunguman
(Mãe terra)
No culto dos Voduns, Nohê Aikunguman é a
base de tudo que é fundamento, somente Aikunguman pode sustentar uma base
sólida para apoiar
e firmar um templo de Voduns.
Tem vários Voduns que pertencem ao panteão
de Aikunguman.
POR :VLATIMA
CONSULTAS POR E-MAIL: vlatimavandragan@hotmial.com
POR CELULAR: (11) 9695-1227
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