terça-feira, 27 de novembro de 2012

MISTÉRIOS DO CANDOMBLÉ


 

 

MISTÉRIOS DO CANDOMBLÉ

 



Para melhor explicar a trajetória religiosa e as nações do Camdomblé; preciso antes contar um pouco da minha historia para vocês.

Nasci dentro dos cultos da Igreja Batista em Ibitinga/SP, Mas sempre fui uma criança diferente das outras. Via espíritos passando, outros falando; de todas as formas , tinha muito medo, mas ao mesmo tempo; eu dormia e acordava no outro dia em meu quarto.

Este pedaço de tempo entre meu nascimento e até os 9 anos, não consigo lembrar de muita coisa e minha mãe não toca no assunto até hoje.


Aprendi sozinha e lendo a bíblia desde criança. A partir dos 9 anos comecei a ver o manto branco de Jesus Cristo, perto de mim; sabia que era Ele ou Um Mestre mandado por Ele. Desta época em diante, aumentou as visões, a audição, olfato, sensações, tanto de dia como a noite; gente! Quase enlouqueci!.

A partir dos 13 anos me batizei na Igreja Católica, contrariando minha mãe, porque a Igreja Evangélica é contra dizer quem, Nossa Senhora Virgem Maria é Santa. Eu adoro a Mãe; a nossa Deusa de vários nomes.


E foi na busca de achar o meu caminho e falando com meus mentores que, cheguei ao Candomblé Jeje Mahi; outros centros tentarão ficar comigo, mas eu não conseguia, não entendia “O Porque”, mas o máximo que fiquei dentro de um deles, não passou sw um mês, meus mentores me arrancavam deles. O termo “arrancar”, é mesmo neste sentido “Me arrancavam deles”. Por exemplo: o primeiro que fui, me disseram que teria que desenvolver e começar na roda dos trabalhos; fui então. 


Aconteceu que na gira, o meu mentor me pôs colada na parede e não deixou de forma alguma, que eu entrasse na roda. Lembro que um Baiano veio tentar me tirar de lá e fazer com que incorpora-se; não conseguiu. O segundo centro tentou também, mas a mãe de Santo, me disse após uma semana, que eu não poderia participar da roda, porque ela não queria problemas para ela.


Imaginem como ficou minha cabeça; tonta, boba, sem explicação.

Novamente os meus mentores me arrancarão de lá. Já tinha desistido da procura, quando uma amiga me levou em um pai de Santo famoso em São Paulo, não vou citar o nome ta, é respeito pelos Orixás; logo ele abriu o jogo de  “Ifá”, e falou, falou, falou, e me disse: “venha dormir na roça, que amanhã terá saída de Santo”. Bom eu e minha amiga fomos. 


A noite nos recolhemos para dormir; e passei a noite inteira vendo o rosto do pai de santo falando comigo, mas não escutava a vós dele. De manhã, ao acordar, desci para a cozinha, comecei a tomar café, logo veio um filho de Santo dele dizendo:”Vocês ouviram?” – “Vocês ouviram os gritos que o Pai deu esta Noite?”-“Nunca escutei o Pai gritar assim, ele urrava!”. Nesta hora me veio a visão com o Pai de Santo, congelei, não sabia o que os meus mentores fizeram e nem quis saber, esperei só a saída de Santo, ajudei na cozinha e nunca mais apareci.


São situações que atravessei, em meu desenvolvimento espiritual, para conhecer as linhas das Nações, agora eu sei, mas na época era um mistério.

Esperei, então, meus mentores mostrarem o caminho; foi quando conheci uma amiga e fomos viajar para a Bahia. Encontrei meu caminho ao conhecer o Candomblé Jeje Mahi em cachoeira, foi um alívio.


Muitas pessoas, vão se identificar com a minha história, porque tenho certeza, que já atravessaram isto ou estão atravessando; o meu conselho é tenha paciência, leia sobre as religiões e depois vá conhecer. Esta é a minha verdadeira história; por este fato, “sou do Candomblé Jeje Mahi e amo os nossos Voduns.

 


Agora falarei um pouco de nossa  “NAÇÃO JEJE”

No Estado da Bahia, a Nação Jeje-Mahin, é o  jeje-Mina do Maranhão, de onde  surgiram  suas tradições; após se espalhou por outros Estados e a linguagem ritualística usada é a  Ewê-Fon, ou Jejes, como já eram chamados e conhecidos  pelos
povos nagôs,e nossas divindades centrais são os voduns. 

As tradições dos rituais Jejes foi muito importante na formação dos candomblés com evolução em Yorubá. Porque em Yorubá a palavra adjeje é “JEJE”- que significa estrangeiro. O Candomblé jeje, veio dos Povos Fons, que vieram ao Brasil, como escravos, trazidos da região de Dahomé e pelos povos Mahins. Os Yorubás , davam o nome de Jeje, para o povo que morava ao Leste os Mahins, eram do Leste.

Os povos do Sul eram os “Saluvá”, de origem de uma disnatia de um filho de “Oduduá”, fundador de Savê.
O povo do Oeste eram os “Abomei”. E o povo do Norte era os da tribo “Axantis”.Sendo que, todas essas tribos tem uma ligação com os povos Jeje.
Por isto, hoje existe:

O Povo do Candomblé Jeje Mahin de Dahomé.
O povo do Candomblé jeje  de Saluvá.
O povo do Candomblé Jeje de Axantis.
O povo do Candomblé Jeje de Abomei.


O CANDOMBLÉ JEJE MAHI DE “DAHOMÉ”.

DAHOMÉ, é uma palavra que tem dois significados; o primeiro significado,é queesta ligado com um Rei, que se transformava em serpente, porque em seu trono tinha esculpida dos lados Serpentes , feitas de Cobre e suas cabeças eram os pés do Torno deste Rei,e este,faleceu na terra de “Dan”;este Rei era chamado de “Ramile”. Começou , então, a contarem a história deste Rei que havia falecido na Terra de “Dan” e juntaram na linguagem o Ime de “Ramile”, no final a frase se completou e formou o nome  "Dahomé";que significa “Aquele que morreu na Terra da Serpente”. O segundo significado é o de “Dan”a ("serpente sagrada" e Home) = formando"a terra de Dan”= "a terra da serpente sagrada"- “Dahome”.

 
A LINGUAGEM DO POVO


Os povos Jejes, tem a inflência de muitas tribos e idiomas, como: Axantis, Gans, Agonis, Popós, Crus, etc.  Muitas tribos falam vários idiomas, dialetos e cultuam os mesmos Voduns. As diferenças são vistas nos de  Minas - Gans ou Agonis, Popós que falavam a língua das Tobosses; à que mais adoro, em particular.
A maioria dos Voduns Jeje, tem origem de “Ajudá”, mas só tiveram mais desenvolvimento, no tempo de Dahomé.

AS CARACTERÍSTICAS DOS POVOS
Os povos Jeje Mahin é o povo da Terra ou Voduns Caviunos, que significa: os Voduns azanssu, Nana, Becém e Ayzain da nata da Terra(sendo este o Vodum protetor da azan (esteira), em Jeje.
Como os primeiros negros Jeje chegaram ao Brasil, por São Luís do Maranhão e de lá,foram para Salvador, Bahia e  para Cachoeira de São Félix. 
Neste local tem uma grande concentração de povos Jeje. Após, São Luís do Maranhão, Salvador e Cachoeira de São Félix na Bahia,foram para o Amazonas e anos depois, para o Rio de Janeiro e São Paulo.

OS VODUNS E AS FAMILIAS
Á os Voduns da Terra, como; Loko, que mesmo ligado a família Heviosso, também esta na família Caviuno (Jeje Mahin), sendo a “Arvore Sagrada”, que é a “Gameleira Branca”, importantíssimo, para nós Jejes.
Os filhos do Vodun Loko, são chamados de Lokoses.


Já na família Heviosso é dirigida pelo  Badë, Acorumbé, filho de Sogbô, chamado de Runhó.

Na família deMawu-Lissá é o orixá Oxalá dos yorubás.

Na familia Sogbô ,também, tem ligação com o Orixá em Yorubá, Xangô, e com o filho mais velho do Deus do trovão que é Averekete, que é filho de Ague e irmão de Anaite.

A família de Anaite é outra família, que vem de Aziri, pois são as Aziris ou Tobosses que vieram a ser as Yabás dos Yorubás, onde encontramos as chamadas Aziritobosse.
Nós que pertencemos a esta nação, poderíamos ser chamados de povo Ewe.

A família Bantu, as entidades tem classificação em hierarquias de Espíritos.

 As famílias se formaram, através dos seus antepassados; com ex.:         Avós, bisavôs, etc.



Juntamente com esta realidade espiritual, que vivemos hoje, temos as raízes dos ancestrais brasileiros, que formaram a partir da africana, como a mistura dos pretos Velhos com o índio que é o caboclo.
Dentro de tudo isto, encontro a mistura de raças e de religião, onde confunde muito a cabeça de um médiun, até que ele descubra, qual a Religião que deve seguir; se a Umbanda, o Candomblé, Kimbanda, Mesa Branca, etc..


No Candomblé Bantu os espíritos tem classificação em classes, como:

Os Miondonas são espíritos tutelares. Nascem conosco e são herdeiros do lado paterno e nos defendem do mal.

Os Calundus são espíritos justiceiros e curandeiros. Nascem conosco e são herdeiros do lado materno.Herdam-se principalmente do ramo materno. Representam almas de pessoas que viveram em épocas remotas. Distingue-se

O diculo são almas antigas, são os anciões e o diculundundo  ou, que significa: ancião de idade mais avançada.

Os Malungas são espíritos que no passado tiveram ligação com a religião, independente da Nação ou cor. São os chamados “M’akuá-lunga”, que significa: espíritos do Além.


Todos estes são ancestrais nativos, de várias religiões, em que, com o tempo, resultou nas Nações que existem hoje.
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Não posso deixar de falar de Exu, que é o  Orixá  guardião dos templos, aldeias, vilas e cidades, sendo cultuado sempre como ancestral da cultura do novo povo. Sendo o primeiro à habitar o
Orun.

Exú é tudo em uma só entidade. Por isso, encontramos  Exús de todo tipo de identidade. Ele é o que defende, vai na frente e atua diretamente com o nosso povo. É sensual, alegre, esperto, brincalhão, lutador, perspicaz,, audaz e sempre pronto para qualquer  mudança. 








ORIKI de EXU:


Laroiê!
Rei do poder e da Astúcia.
Senhor das margens, fronteiras.
Encruzilhadas, estradas.
Personalidade Liminóide.
Inocência de criança e sabedoria de ancião.
Protetor do Terreiro.
Porteiro e guardião.
Sempre invocado para o bom andamento da festa.
Madeira que cupim não rói.
Braço direito de Orunmilá.
Anda pelos campos, anda entre os ebós.
Atirando uma pedra hoje,
Mata um pássaro ontem.


Exu. ( na Obra  de Jorge Amado):
“Exu come tudo que a boca come, bebe cachaça, é um cavaleiro andante e um menino reinador. Gosta de balbúrdia, senhor dos caminhos, mensageiro dos deuses, correio dos orixás, um capeta. Por isso, sincretizaram-no com o Diabo; em verdade ele é apenas o orixá em movimento, amigo de um bafafá, de uma confusão mas no fundo, excelente pessoa. De certa maneira é o não onde existe o sim; o contra em meio ao favor; o intrépido e invencível.”


Na África, Exu é como um deus do movimento, come tudo e mora nas encruzilhadas. Exu também é associado à sexualidade, a segunda fome humana.

Não existe lugar, no passado, presente ou futuro, onde Exu não possa ir.

O QUE É UM ORIKI
Um Orikis são canções feitas para ninar crianças, celebrar deuses,receber visitas, batizados, noivados e funerais.  Música verbal de orixá, que ao cantar um oriki de Oxossi ou outro Orixá, nunca pode ser cantado em vão. 


POR: VLATIMA
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