sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O QUE É O CULTO DO CANDOMBLÉ



O QUE É O CULTO DO CANDOMBLÉ







Em 1830, mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, reuniram-se para direcionar as forma  de culto para preservar as tradições africanas  no Brasil.
Segundo documentos históricos , esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador - Estado da Bahia.
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Essas mulheres sabiam que se alguma coisa não fosse feita, os irmãos negros e descendentes, nada teriam para preservar o "culto de orixá", já que os negros que aqui chegavam eram batizados na Igreja Católica e obrigados a praticarem assim a religião católica.
Porém, como praticar um culto de origem tribal, em uma terra distante de sua ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que, para se ingressar em seus mistérios teriam que passar pela iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi criado uma  mini-África (casa de culto que teria todos os orixás africanos juntos). Ao contrário da África, onde cada orixá está ligado a uma aldeia, ou cidade.

O NOME DE CANDOMBLÉ


O culto  Candomblé, não existe na África,  lá só existe o culto à orixá, ou seja, cada região africana cultua um orixá e só inicia elegun ou pessoa daquele orixá. O Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil.
 Mas os antigos Babalorixás e Yalorixás, evitavam chamar o "culto dos orixás" de Candomblé,  não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Com o passar do tempo, os cultos chamados de Candomblé  foi conquistando esses antigos Babalorixás e Yalorixás e começaram a se espalhar pelo Brasil. 
Para  complementar os cultos, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, como:

Candomblé da nação jeje
Candomblé da Nação Ketu
Candomblé da Nação Angola
Candomblé da Nação Congo
Candomblé da Nação Muxicongo

Assim cada Candomblé foi chamado de Nação", para não confundir-se entre lele, pois cada nação do Candomblé tem as suas Leis e códigos.
A Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos mahin.

A Nação do candomblé do Ketu ou alaketu, usam a  língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijexá, Ebá e Benin.
 Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu. Foram ele que perderam a guerra contra o povo jeje e foram vendidos como escravos ao Brasil.
Os yorubás chegaram  e logo foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon "piolhentos, sujos" entre outras coisas, por estarem maltratados, sujos, etc. Ánago com o tempo, ficou como Nagô, para saberem de onde surgiu as suas origens
Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás.
Existem variações de Nações como; Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijexá.  Efan é uma cidade da região de Ilexá próxima a Osobô e ao rio Oxum.  Ijexá não é uma nação política. Ijexá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilexá. Oxum é a rainha da nação Ijexá no Brasil.
No Jeje encontramos  variações como;  Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu.

Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada dessas tribos africanos vindos de Angola e Congo.
Os primeiros foram : Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras.
A outras variações de Candomblé, como: Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu.

O Alaketu não é uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinquenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí.
Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé, os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente diferenciada. Com o passar do tempo foi necessário incluir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.

O CANDOMBLÉ NO NOVO MUNDO

Antigamente, na Nigéria, os dias da semana eram apenas 04 (quatro) e eram chamdos de:
1º dia - Ójumò Exu – Ponto Cardeal Leste.
2º dia - Ójumò Ogun – Ponto Cardeal Norte
3º dia - Ójumò Xangô – Ponto Cardeal Oeste
4º dia - Ójumò Oxalá – Ponto Cardealsul

sendo que estes 04 (quatro) dias estavam ligados aos 04 (quatro) pontos cardeais:
Os yorubás tinham sua própria organização da semana, para cultuar os Orixás, mas tiveram que se adaptar as semanas Ocidentais, uma delas foi a criação de Ójumò-osé ou dia de limpar ou ainda Ójumò-uenumó ou dia do descanso. A partir destas mudanças as semanas começou a ser designada para todos assim:

2ª feira os cultos seriam de Exu e Omolu
3ª feira os cultos seriam de Ogun e Oxumarê
4ª feira os cultos seriam de Xangô e Oya
5ª feira os cultos seriam  de Oxossy
6ª feira  os cultos seriam  de Oxalá
Sábado , culto a todas as Yas ou Mães : Oxum, Yemanjá, Nanã, entre outras. Domingo é para os cultos de Ibeji.

Assim cada Omon-orixá , saberia o dia para cuidar do culto de seu Orixá, dentro da casa de Candomblé.
Não só a cultura africana teve que  adaptar a semana yorubá para a semana ocidental, como, também vários  ritos da religião de orixá tiveram que se adaptar ao Novo Mundo, conforme mostra o próprio ritual de iniciação que na Nigéria é feito em aldeias que ficam no interior das florestas.
O Jogo de Búzios, também foi adaptado, porque  na Nigéria apenas o Babalawo faz o culto à advinhação e é ele, por determinação de Ifá, quem orienta todos os acontecimentos dentro do egbé; no Brasil, o jogo de búzios foi uma modalidade criada pelo Olwô Bamboxé para as mulheres ou Yalorixás.


AS VARIAÇÕES DAS TRÊS NAÇÕES

JEJE, KETU E ANGOLA
Dos grupos de escravos,de várias regiões que vieram  para o Brasil, 03(três) nações se destacaram mais, como:
Negros Fons ou Nação Jeje , os deuses são chamados de Voduns.
Negros Yorubás ou Nação Ketu , os deuses são chamados de Orixás.
Negros Bantos ou Nação Angola, os deuses são chamdos de Inkices.

OS DEUSES DA NAÇÃO JEJE
Elegbá
Gu
Otolú
Azanssum
Sogbô
Ágüe
Guelede-Agan ou vodun-Jó
Aziri-tolá
Aziri-Tobossi
Becém
Lissá

OS DEUSES DA NAÇÃO ANGOLA
Bombogiro
Nkosi-Mucumbe
Mutaka lambo
Cavungo
Nizazi ou Luango
Katende
Matamba ou Kaingo
Dandalunda
Samba Kalunga ou Kukuetu
Angoro-Ongolo
Lemba

OS DEUSES DA NAÇÃO DE KETU
Exu
Ogum
Oxossi
Omulu
Xangô
Ossãe
Yansã ou Oba
Oxum
Yemanjá
Oxumarê
Oxala

AS PRINCIPAIS FESTAS SÃO:

Janeiro: Festa de Oxalá ( festa do Bonfim, em Salvador), no segundo domingo depois do dia de Reis, 6 de janeiro.

Quaresma: O encerramento do ano litúrgico acontece durante os quarenta dias que antecedem a Páscoa, com o Lorogun, em homenagem a Oxalá.

Abril: Feijoada de Ogum e festa de Oxóssi ( São Sebastião), em qualquer dia.

Junho: Fogueiras de Xangô (associados a São João e São Pedro), dias 25 e 29.

Agosto: Festa para Obaluaiê (São Lázaro e São Roque) dia 16 de agosto e festa de Oxumaré  ( São Bartolomeu), em qualquer dia.

Setembro: Começa um ciclo de festas chamado Águas de Oxalá, que pode seguir até dezembro.
Festa de Erê, em homenagem aos espíritos infantis (associados a São Cosme e Damião).
Festa das iabás  e festa de Xangô ( São Jerônimo), em qualquer dia.

Dezembro: Festas das iabás Iansã (Santa Bárbara), dia 4, Oxum e Iemanjá ( Nossa Senhora da Conceição), dia 8. Iemanjá também é homenageada na passagem de ano.



Os Orixás são invocados com cantigas próprias e os filhos-de-santo “entram na roda”, na ordem do xirê: primeiro, o filho de Ogum, seguido pelos filhos de Oxóssi, Obaluaiê e assim por diante.
Ao som do canto dos Ogans e da batida dos 3 atabaques,sem eles não haveria cerimônia, cada filho de santo entra em transe, com tremores, às vezes suavemente, outras vezes com violência, é a entrada do orixá no corpo do seu cavalo. 
Os orixás incorporados dançam até serem levados, pelas equedes , por ordem do pai-de-santo, para a camarinha. Ali serão trocados , pondo as vestimentas de cada Orixá. Ao voltarem para o salão, os Ogans começam a tocar para cada Orixá, homenageando a sua chegada, e este faz a sua dança caracteristíca, pois cada Orixá tem a sua dança, nunca uma é igual a outra.  Após é feita a Saudação a Oxalá,é feita as oferendas para todos e o  xirê chega ao fim.


 A ordem de começo de um culto é primeiro  despachar Exu, após  entra na roda é Ogum, seguido de Oxóssi, Oba- luaiê, Ossaim, Oxumaré, Xangô, Oxum, Iansã, Nanã, Iemanjá e Oxalá.
Acredita-se que,os Orixás, tenham sido homens e mulheres capazes de manipular as forças da natureza, sabendo o tempo correto para  a caça, o plantio, o uso de ervas na cura de doenças e a fabricação de ferramentas. Por este fato são associados aos elementais da natureza como: Fogo, Água, Ar e Terra.
O número de orixás conhecidos no país são  dezesseis. E desse  grupo, apenas doze são mais  cultuados e os  outros quatro  Orixás que é:  Obá, Logunedé, Ewa e Irôco — raramente se “manifestam” nas festas e rituais.


A divisão do espaço, na Casa Branca, em Salvador, lembra os “compounds” africanos, ou egbes  (antigas habitações coletivas dos clãs) usadas principalmente pelos povos de língua iorubá. O cômodo principal é o barracão, o salão onde humanos e santos se encontram nas festas.
Por trás do barracão, há várias instalações comuns, onde também pode ter uma residência, com salas de jantar e de estar, cozinha e quartos. Há os quartos-de-santo, onde ficam os pejis (altares) e os assentamentos (objetos e símbolos) dos Orixás. Aí são feitas as oferendas. Na Casa Branca, os dois únicos Orixás que têm quartos dentro da casa são Xangô e Oxalá.

O roncó é um quarto especial onde os abiãs (noviços, iniciados) ficam recolhidos durante o processo de iniciação.  É assim que os iniciados entram em contato com os procedimentos dos rituais da casa e por meses o noviço come com as mãos. O fiel do candomblé aprende com os olhos e os ouvidos. Os terreiros têm também uma área externa, onde estão as casas dos outros Orixás. A de Exu é sempre perto da porta de entrada.


 A SUCESSÃO NA CASA DE SANTO

A sucessão numa casa-de-santo é quando o pai-de-santo ou mãe-de -santo morre para ter início uma verdadeira guerra entre Orixás. Os filhos que não concordam com a indicação dos búzios costumam abandonar o terreiro e fundar sua própria casa. 
Foi assim que nasceu,  o Gantois, uma das casas mais conhecidas em Salvador. A partir da década de 70, mãe Menininha do Gantois se tornou conhecida no Brasil inteiro, cantada por compositores, como Dorival Caymmi e Caetano Veloso, e venerada por intelectuais, como Jorge Amado. Mãe Menininha morreu aos 92 anos de idade, em 1986. Deixou em seu lugar mãe Creusa.



Só com a indicação do orixá e que o iniciado começa,é chamado de “bolar no santo”. A partir daí, o abiã (noviço) tem de se submeter aos rituais de iniciação, que são: cerimônias do bori, orô e saídas de iaô.
O iniciado passa de um a seis meses vivendo dentro de severas restrições. É o tempo de quelê ( o período em que o abiã usa um colar de contas justo ao pescoço). Enquanto usar o quelê, ele deve vestir branco, comer com as mãos e sentar-se só no chão. Estão proibidas as relações sexuais e os pratos que não sejam os de seu orixá.
Nem todos os terreiros seguem à risca estes preceitos, cada um tem os seus próprios,mas no tão rígido, mas tem que obedecer algumas leis.
Quando iniciado passa a ser chamado por  iaô e tem de cumprir ainda mais três rituais:
depois de um ano, três anos e sete anos, com sacrifícios, toques e oferendas. Sómente após isto pode se candidatar a ebômi, o degrau seguinte da hierarquia.







UMBANDA

As entidades são agrupadas em hierarquia(Deuses), que vai dos espíritos mais “baixos” (maus) aos mais “evoluídos” (bons).
Nos cultos o desenvolvimento espiritual dos médiuns, quando “incorporam”, dão passes e consultas.
Não é necessária ter a iniciação. O recolhimento é de apenas um ou dois dias. O sacrifício de animais não é obrigatório. O batismo é feito com água do mar ou de cachoeira.
Cânticos em português, acompanhados por palmas e atabaques, tocados por fiéis de qualquer sexo.
 Cada iniciado tem uma função dentro do terreiro. Nem todos “recebem” santo.

Abiã
Noviço, após iniciado, será filho-de-santo.

Iaô
Filho-de-santo, segundo degrau. Podem ou não “receber” santo.

Ebômi
Terceiro degrau. Iaô que cumpriu as obrigações de sete anos e já “Recebe” santo.

Iabassê
Quarto degrau, esta não incorpora, porque é responsável pela cozinha do barracão.

Agibonã
É chamada de Mãe criadeira, porque cuida dos iaôs durante o ritual de iniciação. Não “recebe” santo e é também do quarto grau.

Ialaxé
Este é do Quinto degrau, sua missão e zela pelas oferendas e objetos de culto aos Orixás. Não “recebe” santo.

Baba-quequerê e Iaquequerê
Estes são do Sexto degrau. Pai ou mãe-pequena e incorpora nos rituais. Ajuda o pai ou mãe-de-santo no comando do terreiro.

Baba-lorixá e Ialorixá
Este é o Chefe do Terreiro “Pai ou mãe-de-santo”, último degrau da hierarquia. Tem incorporação de Orixás e cuida do jogo de búzios.

Ajudantes sagrados
Pais e mães “terrenos” dos orixás ficam fora da hierarquia.

Ogã
Este é um Filho-de-santo que não incorpora“. O Ogã pode ser Axogum ou Alabê, conforme sua tarefa.

Axogum
Este não incorpora, é Ogã responsável pelo sacrifício de animais a serem ofertados aos Orixás.

Alabê
Este tem a missão de tocar é o “Ogã tocador dos atabaques e instrumentos rituais”.

Equede
Esta figura feminina dentro de terreiro é responsável, quando os orixás incorporam, de vesti-los e dar-lhes os seus devidos instrumentos.


Depois da iniciação, do Bori e preceitos os iaôs são apresentados à comunidade, como num baile de formatura.
Sempre, na primeira aparição para a comunidade do terreiro na saída, os iaôs vestem branco em homenagem a Oxalá, pai de todos. Saúdam o pai-de-santo, os atabaques e os pontos principais do barracão e vão-se embora. Na segunda  aparição no terreiro, os iaôs voltam com roupas coloridas e a cabeça pintada, segundo seus Orixás. Dançam e deixam o barracão, em seguida.
Na terceira aparição no terreiro, os Orixás anunciam oficialmente seus nomes. Os iaôs entram em transe e se retiram para vestir as roupas do santo “incorporado”.

Este texto, retrato um pouco da vida de um filho de santo, dentro do terreiro, sua missão, como é concedida pelos Orixás.
É uma vida de lutas, aprendizado, aprimoramento e dedicação a religião. Não achem que estamos aqui porque queríamos estar; é pura missão que nos foi incumbida por “DEUS”  e devemos abaixar a cabeça e cumprir com nossas obrigações e ajudar os irmãos que estão em necessidade; seja espiritual, financeira, amorosa, familiar, etc. Amar e ter Fé e nossa lei, ser humilde , é nossa lei. 

“AXÉ”


POR: VLATIMA
CONSULTAS POR E-MAIL: vlatimavandragan@hotmail.com
POR CELULAR11) 99695-1227


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